Quer ser modelo plus size? Veja dicas para não cair em roubadas
Com o crescimento da moda plus size no Brasil, mulheres gordas tiveram a oportunidade de ingressar no mercado como modelos. Muitas veem na profissão a chance de resgatar a autoestima perdida. Porém, gente de má-fé começou a tirar proveito dessa carência para aplicar golpes, então é preciso ficar bem atenta.
Conversei com várias profissionais da área para dar dicas de como não entrar em roubadas para quem realmente quer entrar no mercado.
Com apenas dois anos de carreira, Gabriela Caroli já é uma das profissionais mais requisitadas do segmento plus size. Para ela, a candidata a modelo precisa ser autoconfiante e segura de si e não achar que vai melhorar a autoestima só porque virou modelo. "Lidamos com críticas, vaidade, ego. Não é fácil para quem não tem uma cabeça boa", diz. "Fora isso, precisa ser comprometida, pontual, aprender rápido, desenvolver um bom repertório de poses e continuar buscando conhecimento para sempre melhorar".
A pioneira Andrea Boschim modela há 15 anos e alerta: "new faces precisam estar atentas aos convites de algumas agências que cobram por books e taxas para compor o casting". O correto é a agência cobrar sua porcentagem somente em cima do cachê da modelo, e não por taxas de agenciamento antecipadas ou por fotos obrigatórias. E ética com as coleguinhas nunca é demais, aconselha Andrea. "Por maior que seja a vontade de estampar uma campanha, nunca se ofereça para o cliente desmerecendo a modelo atual. Conquiste seu espaço mostrando seu diferencial e apostando na sua beleza!"
Mayara Russi, 13 anos no mercado, é uma das modelos plus size mais conhecidas do país e sempre recebe perguntas de como entrar na área. "Sempre digo para quem está começando procurar uma agência. Mas, hoje em dia, até as agências fazem uma exigência de padrão", conta a modelo, que recentemente denunciou a pressão que está sofrendo chegar ao manequim 46.
Mayara indica fazer o book com um bom fotógrafo com imagens que realcem a beleza da modelo. Ou seja, menos é mais: pouca maquiagem, cabelo sem penteados exagerados e looks básicos. "Comece a divulgar seu material, mandar e-mail com composite e book oferecendo seu trabalho para lojistas e fique atenta aos castings. Tirar DRT de modelo também é bem importante. E abrir uma MEI pois muitos clientes exigem nota fiscal com o nome da modelo", indica Mayara.
É o que tem feito Tininha Bhering, que é modelo há quase 7 anos e tem seu Instagram e Facebook como sua agência e recebe muitas propostas de marcas através deles. Mas com a experiência adquirida ela já sabe diferenciar trabalhos que valem a pena e os que querem apenas arrancar dinheiro das modelos. "Temos sempre que nos reciclar. Faço cursos, procuro ver TV, ler revistas, assistir a desfiles de magras e de gordas, pois a moda está interligada com tudo o que acontece ao nosso redor. Procurar lojistas, modelos, trocar ideias… Tudo isso vai te deixando mais esperta perante muitos 'vendedores de sonhos"', conta.
Devido a grande procura, modelos como Aline Zattar, Edu Rodrigues, Rafa Coelho, Renata Poskus, Rita Carreira e Silvia Neves têm organizado workshops e concursos para auxiliar novos nomes a entrar no mercado com mais profissionalismo. São eles:
- Workshop Stand Out – São Paulo
- Concurso Top Model Plus Size RS – outubro/2017 – Rio Grande do Sul
- Workshop Modelo Plus Size Masculino – dezembro/2017 – São Paulo
- Workshop Blog Mulherão – São Paulo
- DasPlus + Agência Doze – Minas Gerais
- Plus Model Brasil – maio/2018 – Santa Catarina
O mundo da moda é fascinante e o segmento plus size traz ainda com ele a missão de inspirar e empoderar outras mulheres. Mas lembre-se: ser modelo é uma profissão séria e concorrida como outra qualquer, não é sinônimo de felicidade e nem validação de beleza ou status.
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